Há muito que por aqui não escrevia.
Pensei mesmo, nestes tempos, acabar com o blogue.
Não sei se alguém me lê ainda ou não, porque, como diz o ditado, quem muito se ausenta, numa hora deixa de fazer falta.
Mas, hoje senti o ímpeto de vir.
Passam 2 dias desde que completei 50 anos. Um número redondinho. Meio século.
Festejei, festejei muito e vou continuar a festejar, porque a vida é feita de altos e baixos e se os 48 e metade dos 49 foram duros, a vida mostrou-me outras vez o porquê de ser uma coisa tão extraordinária.
E como acredito que tudo tem uma razão de ser, bati de frente com este texto no dia 2, à noite, no rescaldo dos festejos, e dei por mim com a certeza que o coelho branco me ama.
A idade tem destas coisas.
"Amas-me? Perguntou Alice.
Não, não te amo! Respondeu o Coelho Branco.
Alice franziu a testa e juntou as mãos como fazia sempre que se sentia ferida.
Vês? Retorquiu o Coelho Branco.
Agora vais começar a perguntar-te o que te torna tão imperfeita e o que fizeste de mal para que eu não consiga amar-te pelo menos um pouco.
Sabes, é por esta razão que não te posso amar. Nem sempre serás amada Alice, haverá dias em que os outros estarão cansados e aborrecidos com a vida, terão a cabeça nas nuvens e irão magoar-te.
Porque as pessoas são assim, de algum modo sempre acabam por ferir os sentimentos uns dos outros, seja por descuido, incompreensão ou conflitos consigo mesmos.
Se tu não te amares, ao menos um pouco, se não crias uma couraça de amor próprio e de felicidade ao redor do teu Coração, os débeis dissabores causados pelos outros tornar-se-ão letais e destruir-te-ão.
A primeira vez que te vi fiz um pacto comigo mesmo: "Evitarei amar-te até aprenderes a amar-te a ti mesma!"
Lewis Carrol in "Alice no país das maravilhas".
Obrigada pela companhia que me têm feito. Mesmo quando estou em silêncio.
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